Próxima parada: Musée d'Orsay
MAXI #22 — A verdadeira história da estação que virou museu
Ele é um dos museus mais queridos de Paris, com sua fachada de pedras, suas arcadas de vidro e seus icônicos relógios à beira do Sena. O Musée d’Orsay atrai visitantes do mundo inteiro que percorrem suas salas para admirar as telas dos mais renomados artistas do Impressionismo.
Que antigamente o edifício era uma estação de trem você provavelmente já sabe. Mas você conhece a história por trás dela? E sabia que ele não é (apenas) um museu impressionista? Hoje, vamos dar uma volta no tempo para entender por que, afinal, o Musée d’Orsay é muito mais interessante do que parece!
(Esta é uma edição MAXI. Se a mensagem aparecer cortada, clique em “mostrar tudo”, ou equivalente, para ler até o fim.)
No programa
Um pouco de história
5 coisas que você (provavelmente) não sabia
O Musée d’Orsay em números
Outras obras imperdíveis
Como cortar o queijo — Capítulo 2
⌛️ Um pouco de história
Tudo começa com Napoleão
“Napoleão? Como assim? Não existiam trens na época dele!” Pois é. Acontece que, antes de ser uma estação de trem, o Orsay foi um palácio.
O ano é 1808. Imagine o “grande pequeno” imperador debruçado em uma das janelas do palácio das Tuileries (hoje, o museu do Louvre). Ele admira um terreno desocupado do outro lado do rio e pensa: “Hum, esta vista não é digna de um imperador. Precisamos construir um palais!” E assim foi.

É claro que estamos simplificando, mas de fato é graças à ambição de Napoleão em fazer de Paris uma cidade imperial que nasceu o Palais d’Orsay, um edifício de estilo neoclássico destinado a abrigar o Conselho de Estado. Por razões políticas e econômicas, as obras se estenderam por mais de 25 anos. Quando finalmente ficou pronto, o prédio foi incendiado e seu interior totalmente devastado durante a Comuna de Paris em 1871.
E continua na Exposição Universal
As ruínas do Palais d’Orsay permaneceram quase intactas por cerca de 30 anos. De olho na Exposição Universal de 1900, que celebraria as proezas da “fada eletricidade”, nasceu o projeto de uma nova estação de trem mais prestigiosa e mais central, liderado pela companhia Paris-Orléans. Após a demolição do antigo palácio, o arquiteto Victor Laloux imaginou um edifício suntuoso de estilo Belle Époque, perfeitamente integrado à paisagem parisiense.
O maior desafio, cumprido com sucesso? Deixar tudo pronto em dois anos! Com a ajuda das tecnologias de construção mais avançadas da época, a Gare d’Orsay foi inaugurada em 1900, bem a tempo para acolher os milhões de visitantes que viriam a Paris para ver de perto as grandes inovações da virada do século.
💡 5 coisas que você (provavelmente) não sabia
1) Era a estação mais moderna de Paris
A Gare d’Orsay foi a mais moderna de Paris em seu tempo. Dentre suas inovações, ela contou com elevadores, rampas inclinadas para transportar as bagagens e trilhos subterrâneos. Ela foi também a primeira estação projetada para trens elétricos. Mas foi justamente o progresso da eletricidade que, poucos anos depois, tornou seus cais pequenos demais para os trens cada vez maiores e mais potentes. Cerca de 30 anos após a sua inauguração, a estação tornou-se obsoleta e foi desativada.



2) A fachada… é só fachada
Feita de pedra, a espessa fachada do museu é uma de suas marcas registradas. Mas ela esconde, na realidade, uma imensa estrutura em metal, quase duas vezes mais pesada do que a Torre Eiffel! Um verdadeiro coração de metal escondido atrás da rocha, que serve apenas para a decoração.
3) Ali também tinha um hotel
Para acomodar os viajantes da Gare d’Orsay, era necessário um novo hotel nas proximidades. Contudo, o espaço disponível era limitado. A solução encontrada pelos arquitetos foi construir dois edifícios contíguos à estação, adornando dois de seus lados. O hotel contava com 370 quartos distribuídos em cinco andares, além de um restaurante de luxo e uma sala de festas. Hoje, todo esse complexo pertence ao museu.
4) Um museu de ponta
Após um longo período de abandono, o edifício renasce em 1986. Mas transformar a antiga estação ferroviária em museu foi um desafio técnico e arquitetônico. Uma das principais adaptações necessárias foi a instalação de paredes com molas integradas e outras tecnologias de absorção de choques, a fim de neutralizar as vibrações causadas pelo metrô e pelo RER que passam sob o edifício. Além disso, o interior foi completamente remodelado para acomodar o acervo: grandes espaços foram criados para expor as obras monumentais, e o design interno foi pensado para que a luz natural valorizasse as esculturas do corredor central.
5) Um período exato
O acervo do Musée d’Orsay abrange criações realizadas entre 1848 e 1914. Esse período específico da história da arte não era contemplado nem pelo Louvre, especializado em obras até o início do século 19, nem pelo Museu Nacional de Arte Moderna (hoje o Centro Pompidou), com obras a partir da Primeira Guerra Mundial. O período de transição que foi a Belle Époque estava disperso entre diferentes lugares antes da abertura do Orsay. Hoje, elas têm um endereço fixo, totalmente coerente com o período — e absolutamente fabuloso!
🔢 O Musée d’Orsay em números
12.000 toneladas de metal
163.000 metros cúbicos
32 metros de altura em sua nave
10.000 visitantes por dia
150.000 obras em seu acervo
🎨 Outras obras imperdíveis
É portanto um panorama único das artes da segunda metade do século 19 que oferece o museu, abrangendo desde pintura e escultura até artes gráficas e decorativas. Se muitas dessas obras foram ignoradas, desprezadas e criticadas no passado, hoje elas são aclamadas por apreciadores e especialistas do mundo inteiro.
As mais conhecidas estão concentradas na galeria impressionista, onde se pode contemplar retratos e paisagens de Vincent van Gogh, as icônicas bailarinas de Edgar Degas e as telas de Claude Monet, que dispensa apresentações.
Mas o museu está repleto de outras obras e artistas que marcaram a história. Para enriquecer ainda mais sua visita, selecionamos algumas delas para você incluir em seu percurso!
Realismo monumental

ASMR pictórico
(Atenção, esta obra está atualmente na exposição temporária Caillebotte, peindre les hommes, até 19/01/25).
Raro toque feminino
Encontro de titãs
Paris sempre foi uma festa
🔎 ENQUETE — Vamos ver se você prestou atenção em tudo?
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Como cortar o queijo 🧀
Capítulo 2. O queijo retangular 🟨
Vamos retomar de onde paramos? Após ter degustado o seu delicioso pedaço de camembert, você decide provar o comté. Envelhecido durante 36 meses, amarelo bem escuro, de sabor frutado, ele está apresentado em um belo pedaço de forma retangular.
O corte desta vez é feito na largura da fatia, e você tem duas opções. A primeira, é fazer uma linha reta, começando pela extremidade sem a casca, entalhando uma lamela de um centímetro aproximadamente. A segunda opção, mais comum quando é uma fatia de queijo mais fina, é fazer um triângulo começando de um dos ângulos superiores até uma base interior de cerca de dois centímetros. É quando o pedaço estiver no seu prato que você corta as pontinhas da casca. Pronto, só resta degustar!
Ah, tinha duas facas na tábua? Uma delas é provavelmente para os queijos moles (como camembert, brie, roquefort…), e a outra para os queijos duros (como comté, emmental, tome d’Auvergne…). E se forem várias facas, não se assuste: é uma para cada queijo!
Para saber mais
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