
Nós adoramos arte, de onde quer que ela venha. Mas quando temos a oportunidade de falar de uma das maiores artistas brasileiras… Aí tem um outro gostinho!
Depois de duas recentes aparições em coletivas (Le Paris de la modernité. 1905-1925 e Pionnières. Artistes dans le Paris des années folles), Tarsila do Amaral ganha uma retrospectiva histórica. Quase 100 anos depois de sua primeira mostra em Paris, o Musée du Luxembourg apresenta Tarsila do Amaral. Peindre le Brésil moderne. Esta edição, você já entendeu, é toda dela.
No programa
Prazer, Tarsila
5 fatos sobre a artista
3 obras pintadas em Paris
Como cortar o queijo
🤝 Prazer, Tarsila
Nascida em uma rica família paulista, Tarsila do Amaral (1886-1973) cresce em um ambiente rural, imersa nas tradições populares que mais tarde influenciariam sua obra. Em 1920, ela chega a Paris, onde entra em contato com movimentos como o cubismo e o surrealismo.
Alternando entre períodos em São Paulo e em Paris até cerca de 1930, Tarsila convive com grandes nomes das vanguardas artísticas e literárias do Brasil e da Europa. Independente, divorciada, militante, a artista suscita controvérsias. Ela conhece momentos de glória e reconhecimento, assim como fases de isolamento e dificuldades econômicas. Mas permanece fiel à sua arte, que simboliza a essência do imaginário brasileiro.
Com cores vibrantes e formas simples, suas telas sintetizam as influências europeias e as realidades nacionais, em um estilo moderno e ao mesmo tempo profundamente enraizado na cultura local. Hoje suas obras alcançam valores recordes em leilões internacionais, e o seu universo inspira peças de teatro, filmes infantis e inúmeras colaborações de moda e design, consolidando Tarsila do Amaral como a grande pintora do Brasil — como ela sempre desejou.
É um reconhecimento tardio mas merecido que o Musée du Luxembourg oferece com a primeira retrospectiva dedicada a essa icônica artista modernista na França. Emocionante e absolutamente imperdível! ✨
Tarsila do Amaral. Peindre le Brésil moderne
Musée du Luxembourg
Até 02/02/25
14€
www.museeduluxembourg.fr
🖐️ 5 fatos sobre a artista
1) Ela não participou da Semana de Arte Moderna
Em fevereiro de 1922, durante a Semana de Arte Moderna que entraria para a história brasileira, Tarsila está em Paris. É somente graças às cartas de sua amiga Anita Malfatti que ela fica sabendo dos acontecimentos. Entusiasmada, a pintora volta para São Paulo alguns meses depois.
2) Ela frequentou Brancusi e Picasso
Em 1923, Tarsila volta para Paris acompanhada de Oswald de Andrade. Em seu ateliê de Montmartre, ela organiza almoços brasileiros regados a feijoada, cachaça e cigarros de palha. Seus amigos são nada menos do que os grandes artistas da época: Blaise Cendrars, André Breton, Fernand Léger, Sonia Delaunay, André Lhote, Constantin Brancusi e Pablo Picasso.

3) Sua primeira exposição individual aconteceu em Paris
A primeira exposição individual de Tarsila acontece na Galerie Percier, em 1926. A mostra é um sucesso de crítica, e a sua tela A Cuca é adquirida pelo Estado francês em um leilão. Ela pertence desde então ao museu de Grenoble, e continua sendo a única obra da artista em uma coleção pública francesa.
4) Uma de suas obras inspirou o Manifesto Antropófago
Em janeiro de 1928, Tarsila oferece de presente para o seu então marido Oswald de Andrade um quadro pintado em segredo. Na tela, um personagem distorcido, monumental, em uma paisagem árida: simples, mas revolucionário! Batizada Abaporu, essa tela se tornaria o símbolo absoluto do modernismo brasileiro e daria origem a um dos mais famosos escritos da arte nacional: o Manifesto Antropófago.

5) Ela foi presa por ser comunista
Em 1932, Tarsila viaja para a União Soviética junto a Osório César. Impressionada com o que ela considera como uma sociedade mais igualitária e inclusiva, sua obra passa a refletir uma visão mais crítica da realidade brasileira. Esse novo direcionamento artístico, aliado ao seu compromisso político, resulta em um mês de prisão, em uma ficha no DOPS — e em longos anos de ostracismo.
🥐 3 obras pintadas em Paris
À la francesa
Cubismo rural
Um retrato polêmico

🔎 ENQUETE — Vamos ver se você prestou atenção em tudo?
✨ Os reclames do plim-plim ✨
Lembra que comentamos anteriormente que a equipe Paris Arty também faz revistas para exposições? Pois bem, tivemos o imenso prazer de preparar o número especial Beaux Arts Magazine Tarsila do Amaral! Com uma equipe de especialistas espalhados pelo Brasil, França e Estados-Unidos, a edição apresenta ao público parisiense a vida e a obra dessa pintora, ainda pouco conhecida por aqui. Se você lê em francês e quer saber mais sobre ela — ou deseja apenas guardar essa lembrança collector — aproveite!
Boas maneiras em Paris — seu guia definitivo
Como cortar o queijo 🧀 — Capítulo 1
Assim como a Tarsila é para o Brasil, o queijo é um patrimônio nacional para a França. E quando se fala no bom e velho fromage, a forma certa de cortá-lo é um capítulo à parte. Tanto que vamos dividir este guia em dois!
Capítulo 1. O queijo redondo 🟡
Lá está ela: a tábua de queijos no final da refeição. Muitas vezes acompanhada de uma salada verde, e com certeza acompanhada de um pão, ela é uma tradição nos almoços entre amigos e família. Diversos tipos de queijos são apresentados, de todos os formatos. Quadrado, retangular, redondo, em forma de coração, de pirâmide, com casca dura, com casca mole, branco, cinza, decorado com ervas… As possibilidades são inúmeras! Vamos começar por um dos mais comuns, o camembert.
Seu conviva apresenta portanto em sua tábua um camembert de pele branca e aveludada, levemente enrugada pelo envelhecimento natural. Cabe a você a honra de cortar o primeiro pedaço. E agora?
Para cumprir essa missão, lembre de suas aulas de geometria. Visualize o centro desse pequeno círculo branco, e coloque a ponta da faca ali. Trace o primeiro raio, cortando um dos extremos de sua fatia. Depois, avalie a quantidade de outros queijos que estão à sua disposição, o número de convivas com os quais se deve partilhar e defina a largura. Em geral, 3 ou 4 centímetros de arco devem ser suficientes. Corte então o outro lado e leve o pedaço até o seu prato.
Atenção: nunca, jamais, nem mesmo em pensamento tente fazer de outra forma. Se você cortar de qualquer jeito, seja desrespeitando a simetria, seja — pior ainda — fazendo uma linha paralela ao diâmetro do queijo… Saiba que isso é uma ofensa gravíssima!
Pense no gráfico de pizza: o princípio é exatamente o mesmo.
(Aliás, sabe como é que os franceses chamam esse tipo de gráfico? Camembert!)
Obrigado por ler Paris Arty! Quer você nos acompanhe desde o início ou tenha acabado de chegar, é um prazer ter você conosco ⭐️